Especialistas do mundo todo discutem a entrada e os limites da Inteligência Artificial no mercado de trabalho. O assunto já foi tema de vários textos aqui do Olhar Digital. Eu mesmo já escrevi alguns – e sempre cito o Jornalismo como exemplo.
Em nossa área de atuação, chatbots como o ChatGPT podem ajudar na formulação de títulos criativos. Também podem gerar imagens para ilustrar nossos textos (e são devidamente creditados quando isso acontece).
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Esses exemplos são fáceis de descrever porque me deparo com eles quase que diariamente. Mas a IA generativa tem potencial para ir muito além disso. E nas áreas mais diversas possíveis.
Na produção científica, por exemplo. As grandes ideias da história surgiram de cérebros humanos. Os grandes projetos e grandes invenções também. A roda, o sistema de esgoto, o avião, a penicilina. A sociedade atual só funciona por causa dessas descobertas.
Mas você já pensou se a gente tivesse tido a ajuda de um robô para isso tudo? É o que indagaram pesquisadores japoneses que estão trabalhando no desenvolvimento de uma espécie de “Cientista de IA”.
Um cientista de IA – e suas limitações
Pesquisadores da empresa Sakana.AI desenvolveram um grande modelo de linguagem (LLM) que pode automatizar todo o processo de pesquisa científica.
No papel, o “Cientista de IA” pode identificar um problema, desenvolver hipóteses, implementar ideias, executar experimentos, analisar resultados e escrever relatórios.
Isso tudo no papel.
Na vida real, porém, o buraco é mais embaixo.
Primeiro porque os modelos de IA atuais enfrentam problemas como alucinações e uso indevido de conteúdo protegido por direitos autorais.
Somente esses dois pontos já colocam em xeque toda a essência da produção científica.
Inclua nessa lista também implementação incorreta de ideias, comparações injustas com linhas de base e erros críticos na redação e avaliação de resultados.
Para um dos criadores da iniciativa, porém, isso tudo pode ser superado, ainda mais porque estamos na fase inicial do projeto:
“Quando você pensa na história dos modelos de aprendizado de máquina, como modelos de geração de imagens, chatbots atuais e também modelos de texto para vídeo, eles geralmente começam com algumas falhas e algumas imagens geradas que não são muito agradáveis visualmente. Mas com o tempo, à medida que investimos mais recursos coletivos como comunidade, eles se tornam muito mais poderosos e capazes”, disse Robert Lange, membro fundador da Sakana.AI.
O projeto AI Scientist ainda está em estágio inicial, com pesquisadores publicando um artigo em pré-impressão no mês passado apenas.
Ferramenta de apoio, não substituto
De acordo com Robert Lange, o Cientista de IA não foi criado para substituir pesquisadores humanos, mas sim para complementar seu trabalho.
Ele explicou ainda que, dadas as limitações atuais dos modelos de IA, a verificação humana ainda é importante para garantir a precisão e a confiabilidade da pesquisa gerada pela máquina.
O pesquisador também defendeu que os pares deixem claro quando utilizarem IA em suas pesquisas. Uma maneira de fazer isso seria adicionando marcas d’água aos artigos gerados pela tecnologia.
O cientista, por fim, concluiu que tem esperança de que o projeto AI Scientist dê início a uma conversa mais ampla sobre o futuro da pesquisa científica e onde a IA pode se encaixar nisso tudo. Segundo ele, ignorar a tecnologia seria um grande desperdício para a pesquisa e a humanidade.
As informações são do EuroNews.
O post Em breve, podemos ter ‘cientistas’ feitos de IA; entenda apareceu primeiro em Olhar Digital.
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