No início deste mês, a Volvo anunciou que estava adiando seus planos de se tornar uma montadora 100% elétrica até 2030, uma decisão que reflete as dificuldades do mercado e a baixa demanda por veículos elétricos (EVs).
Vanessa Butani, chefe de sustentabilidade global da empresa, explicou para a AutoNews que a Volvo não está mais disposta a se comprometer com um ano específico, mesmo reconhecendo que está pronta para a transição.
“Reduzimos as ambições que tínhamos definido para nos tornarmos 100% elétricos até 2030”, afirmou Butani.
Há alguns anos, a Volvo se destacou entre as montadoras que apressadamente declararam suas intenções de se dedicar totalmente aos EVs, estabelecendo um prazo ambicioso para 2030.
Contudo, a nova estratégia envolve uma combinação de híbridos e veículos elétricos a bateria, com a meta de ter de 90 a 100% de modelos eletrificados até 2030. Além disso, a empresa busca alcançar a neutralidade de carbono em suas operações até 2040.
A mudança de direção surge após meses de declínio no interesse do consumidor por EVs, refletido em uma pesquisa recente que revelou que apenas 22% dos compradores de veículos novos estavam “muito propensos” a considerar um elétrico para sua próxima compra, uma queda de 4,2% em relação ao ano anterior.
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Adoção de EVs precisa ser mais incentivada, segundo a Volvo
Butani destacou a necessidade de maior colaboração entre a indústria e os governos para promover a adoção de EVs, afirmando que os incentivos governamentais têm sido insuficientes e a infraestrutura de carregamento não está sendo implementada com a rapidez necessária.
Além das questões de mercado, a Volvo também enfrenta desafios relacionados a tarifas sobre veículos fabricados na China.
O governo Biden anunciou a intenção de quadruplicar as tarifas sobre veículos elétricos importados da China para 100%, o que impactou os planos da Volvo de lançar seu SUV compacto EX30 nos EUA por um preço inicial atraente de US$ 35.000.
Agora, a empresa está trabalhando para mudar a produção do EX30 para a Europa, o que significa que o modelo provavelmente não estará disponível nos EUA até o final de 2025.
Apesar desses obstáculos, Butani ressaltou que a Volvo continua comprometida com a sustentabilidade. O ajuste nas metas de redução de emissões, embora signifique uma diminuição de 40% para 30-35% até 2025, ainda é um passo significativo.
Para 2030, a expectativa agora é de uma redução de 65% nas emissões por carro, em vez da meta original de 75%. “É um pequeno ajuste”, concluiu Butani. “E ainda estamos comprometidos.”
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