Uma tempestade geomagnética é esperada para atingir a Terra nesta quarta-feira (25), em consequência de uma ejeção de massa coronal (CME) liberada por uma explosão no Sol – e que foi “turbinada” por um evento extra.
De acordo com a plataforma de meteorologia e climatologia espacial Spaceweather.com, no domingo (22), uma erupção solar de classe M (moderada) eclodiu da mancha solar AR3835. Segundo especialistas, esse evento foi surpreendente, já que essa região no Sol parecia estável demais para causar uma explosão nessas proporções.
Também chamada de “jato de plasma solar”, a CME está viajando a mais de um milhão de quilômetros por hora, em rota de colisão parcial com a Terra. Conforme o modelo da NASA que vemos abaixo, a maior parte do material solar passará nas proximidades do planeta, mas um pequeno impacto tangencial pode atingir a magnetosfera, a barreira magnética protetora do globo terrestre.
Esse tipo de “golpe de relance” normalmente não resulta em uma tempestade geomagnética significativa, no entanto, desta vez, uma particularidade pode fazer a diferença: a explosão solar ocorreu em pleno equinócio de primavera, o que aumenta as chances de uma ocorrência mais notável.
Por que o equinócio de primavera pode intensificar a tempestade geomagnética
Existem duas ocasiões no ano em que o dia e a noite têm quase exatamente 12 horas de duração cada: uma em março e outra em setembro – ambas chamadas de equinócio. Devido à órbita irregular da Terra em torno do Sol, essas datas variam de um ano para outro, com a primeira ocorrendo entre 20 e 21 de março, e a segunda, entre 21 e 23 de setembro.
Durante os equinócios, momentos em que o eixo da Terra se alinha com sua órbita solar, a Terra não se inclina em relação ao Sol, o que facilita o alinhamento entre o campo magnético do planeta e o solar.
Esse processo, conhecido como “efeito Russell-McPherron”, foi proposto em 1973 para explicar o aumento na frequência de tempestades durante os equinócios.
Ilustração mostra o alinhamento da Terra com o Sol durante um equinócio. Crédito: NASA
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Dados históricos de 1932 a 2014 mostram que as tempestades geomagnéticas ocorrem, em média, duas vezes mais durante os equinócios do que nos solstícios (quando os polos da Terra estão diretamente voltados para o Sol e o alinhamento magnético é menor).
As tempestades geomagnéticas podem perturbar sistemas de comunicação, redes elétricas e, em casos mais graves, provocar apagões e arrastos de satélites em órbita. Elas também costumam gerar auroras em regiões de latitudes extremas (boreais, ao norte, e austrais, ao sul), causadas pela interação de partículas solares com a atmosfera terrestre.
O Centro de Previsão do Clima Espacial da Administração Oceânica e Atmosférica dos EUA (NOAA) utiliza uma escala de G1 a G5 para classificar a gravidade dessas tempestades. O evento previsto para quarta-feira deve ser classificado entre G1 e G2, com impactos moderados e risco limitado a infraestruturas em localidades mais ao norte do planeta.
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